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sexta-feira, 8 de maio de 2009



HORA DO CONTO MÊS DE ABRIL

CONTOS INDÍGENAS


O NASCIMENTO DAS ESTRELAS
Recontada por Francisco Gregório Filho

Há muito tempo, na época dos avós de nossos avós, numa aldeia no centro-oeste do Brasil, as mulheres reunidas resolveram preparar aquela comida que só os homens podem comer.
Decididas, saíram atrás do milho. Milho tão necessário para o preparo daquela comida que só os homens podem comer. As mulheres mobilizadas levaram seus vasilhames vazios: panelas, potes, peneiras, bacias, mochilas...
Andaram... andaram... andaram... e não encontraram nenhuma espiga de milho, tão necessário para o preparo daquela comida que só os homens podem comer.
Retornaram, as mulheres com seus vasilhames vazios...
Reunidas novamente, decidiram convidar aquele menino mais peralta, mais travesso, o mais traquino, para ajudá-las a buscar milho, tão necessário para o preparo daquela comida que só os homens podem comer.
O menino convidado topou e acompanhou as mulheres e seus vasilhames vazios: bacias, potes, peneiras...
Andaram... andaram... andaram... chegaram ao milharal, então encheram os vasilhames de espigas de milho, milho tão necessário para o preparo daquela comida que só os homens podem comer.
Com os vasilhames cheinhos de milho retornaram à cozinha da casa, e ali despejaram as espigas de milho. As mulheres debulharam... debulharam..., e o menino com a ponta do dedo passando pelas beiradinhas dos vasilhames queria provar, experimentar aquela comida que só os homens podem comer.
As mulheres batiam com as mãos nas pontas dos dedos do menino e diziam:
- Sai, menino... sai, menino... – diziam as mulheres batendo nos dedos do menino.
As mulheres temperavam... temperavam... e o menino com a ponta do dedo...
As mulheres mexiam... mexiam... mexiam... O menino queria provar, experimentar aquela comida que só os homens podem comer. Até que uma das mulheres espalma o dedo do menino, gritando:
- Sai, menino... sai, menino... que menino, só serve para atrapalhar...
Na hora da sorte, menino serve; na hora de provar, experimentar, menino só atrapalha.
Menino saiu, pensou... pensou... pensou e foi ter com os colegas e convidou-os para buscar o milho, milho tão necessário para o preparo daquela comida que só os homens podem comer.
Os colegas toparam e os meninos foram ao bambuzal e cortaram as caneletas ocas de bambu e caminharam com as caneletas nos ombros.
Andaram... andaram... andaram..., encontraram um milharal. Reuniram as espigas de milho dentro das caneletas ocas de bambu e tomaram o caminho da casa da avó.
A avó recebeu-os sentada na porta da cozinha com um papagaio no ombro. A avó olhava... olhava... mirava. Os meninos despejaram as espigas do milho no assoalho da cozinha e em coro pediram:
- Vó... faz aquela comida que só os homens podem comer, faz, vó, para nós, faz, vó?
A avó pensou... pensou... pensou e respondeu:
- Faço... faço... faço...
A avó e os meninos foram juntos preparar aquela comida...
A avó debulhava, os meninos debulhavam. A avó temperava, os meninos temperavam.
A avó mexia, mexia, mexia... os meninos comiam, comiam, comiam...
Os meninos comeram.
A avó voltou a sentar-se na porta da casinha a olhar... mirar...
Os meninos perceberam: - A avó contar para as nossas mães quando elas chegarem aqui. A avó vai dizer para as mulheres o ocorrido na cozinha. A avó vai narrar...
Os meninos pensaram... pensaram...
Amarraram as pontas das palhas do milho uma na outra e enrolariam sobre a boca da velha. A velha assustada movimentaria os braços, abriria e fecharia as mãos...
Os garotos perceberam... – A velha vai contar com os gestos, a velha dirá às mulheres o ocorrido.
Os garotos enrolaram também a tira feita com a palha de milho em volta da boca, dos braços, das mãos e do corpo da velha. Foram para o quintal e assobiaram... assobiaram... assobiaram chamando um passarinho...
E veio lá do céu... lá do céu... veio vindo um pássaro formoso e os garotos pediram:
- Rouxinol, apanhe a ponta desse cipó, leve-o no bico até o céu e lá chegando escolha uma árvore frondosa, do tronco grosso, e amarre-o bem seguro. Assim, o rouxinol realizou. Do quintal da casa da avó os garotos foram subindo pelo cipó... e eles subindo.
As mulheres encontraram a velha toda amarrada com a corda de palha de milho e correram ao terreiro e viram os filhos subindo o cipó, já bem lá no alto, pertinho das nuvens, e elas gritaram:
- Desçam daí que serão castigados... desçam já para o castigo...
Mas os meninos subiam ainda mais, e as mães furiosas gritaram:
- Desçam... desçam... desçam...
As mulheres então perceberam que os meninos não desceriam, soluçando, as mães pediram:
-Desçam daí que nós amamos vocês... nós amamos vocês... nós amamos vocês...
Mas os meninos não ouviam... eles estavam nas alturas chegando ao céu, e as mulheres rogavam... rogavam...
Os meninos enfim alcançaram os céus e postos às beiradinhas olharam e avistaram as mulheres... as mães vinham subindo o cipó atrás deles.
Puseram-se a pensar... a pensar... e não tiveram dúvida, cortaram o cipó, e as mães, as mulheres, despencaram-se na selva, transformadas em feras. Os meninos perplexos à beiradinha do céu iniciaram a piscar... piscar...
Estão até hoje piscando... piscando... indicando nossos caminhos, perplexos e piscando... piscando... piscando...

(Mito, história contada pelo povo Bororo – índios habitantes de territórios da região centro-oeste do Brasil. Considerado um mito de origem; responde a pergunta de onde nasceram as estrelas)

Um comentário:

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Histórias para ler e viajar pelo imaginário

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O que significa trabalho em equipe?

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote.
Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali.
Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.
Correu ao curral da fazenda advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na casa! Há uma ratoeira na casa!
A galinha disse:
- Desculpe-me Senhor Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi então até o porco e lhe disse:
- Senhor Porco, há uma ratoeira na casa, uma ratoeira...
O porco disse:
- Desculpe-me Senhor Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar.
Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.
O rato dirigiu-se então à vaca.
A vaca lhe disse:
- O que Senhor Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo?
- Acho que não Senhora Vaca... Respondeu o rato.
Então o rato voltou para seu canto, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro sozinho.
Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa.
E a cobra picou a mulher.
O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital era grave, porém por um milagre se recuperou e voltou para casa, mas com muitos cuidados.
Saúde abalada nada melhor que uma canja de galinha.
O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal, a galinha.
Como a doença da mulher continuava, os parentes, amigos e vizinhos vieram visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher se recuperou e o fazendeiro feliz da vida resolveu dar uma festa, matou a vaca para o churrasco...
MORAL DA HISTÓRIA:
Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando existir uma ratoeira todos correm risco.
(Fonte: catequistasheila)